Vamos ser sinceras: poucas palavras causam tanto incômodo ao serem ditas no espelho quanto “celulite”. Aqueles furinhos na pele, que aparecem sem pedir licença — geralmente no bumbum, nas coxas ou nas pernas — já viraram sinônimo de desconforto estético para a maioria das mulheres. E embora saibamos (ou pelo menos devêssemos saber) que celulite não é sinônimo de desleixo, ainda há muito tabu, desinformação e cobrança por trás desse tema.

A verdade é que a celulite é comum — muito comum. Segundo estudos, mais de 90% das mulheres terão celulite em algum momento da vida. Isso mesmo: nove entre dez. Ainda assim, ela é motivo de insegurança, interfere na autoestima e, muitas vezes, faz com que a gente evite biquínis, roupas mais justas ou até mesmo aquele shortinho que está parado no armário.

Hoje, vamos falar abertamente sobre isso. Entender por que ela aparece, como ela afeta nosso corpo (e a forma como nos vemos) e quais são os tratamentos mais eficazes — com base na ciência e na experiência clínica da Dra. Luanna Bueno, médica dermatologista especializada em procedimentos estéticos.

Afinal, o que é a celulite?

A celulite, conhecida tecnicamente como lipodistrofia ginóide, é uma alteração do tecido gorduroso sob a pele. Ela acontece por uma combinação de fatores: alterações na microcirculação, inflamação, acúmulo de gordura, retenção de líquidos e, principalmente, pela presença de traves fibrosas que puxam a pele para baixo — criando aquelas ondulações e furinhos que vemos na superfície.

Essas traves são como cordões internos que ligam a pele ao músculo. Quando a gordura se acumula entre esses cordões, ela empurra a pele para cima, enquanto os septos puxam para baixo — e é aí que surge o aspecto irregular, como “casca de laranja”.

E tem mais: a estrutura da pele feminina é diferente da masculina. Nos corpos das mulheres, essas traves estão dispostas de maneira vertical, o que favorece o aparecimento da celulite. Já nos homens, essas fibras são mais cruzadas, dificultando essa aparência.

E por que ela nos afeta tanto?

Se a celulite é fisiológica — e está presente na maior parte dos corpos femininos — por que nos sentimos tão mal com ela?

Porque fomos condicionadas a enxergar nossos corpos como projetos a serem “corrigidos”. A indústria da beleza, por décadas, nos ensinou que ter celulite é um problema a ser escondido. Propagandas, revistas e redes sociais reforçaram uma ideia de perfeição inatingível, muitas vezes editada ou filtrada.

E mesmo com o avanço de movimentos que celebram a beleza real, ainda há um resquício emocional que faz com que a celulite incomode. O espelho vira juiz. A praia, um campo de batalha. O provador, um teste de autoestima.

Mas é importante lembrar: ter celulite não é uma falha. É parte do corpo feminino. Ainda assim, se ela te incomoda, é possível tratar — com conhecimento, tecnologia e, principalmente, com acolhimento.

Causas mais comuns da celulite

A celulite é multifatorial. Ou seja, não existe um único motivo para ela aparecer. Veja alguns fatores que podem contribuir:

  • Genética: se sua mãe ou avó tinha celulite, as chances de você ter também aumentam.

  • Alterações hormonais: especialmente os níveis de estrogênio, que influenciam na retenção de líquidos e no acúmulo de gordura.

  • Alimentação rica em açúcar e gordura: favorece o aumento do tecido adiposo.

  • Sedentarismo: a falta de movimento reduz a circulação e contribui para o acúmulo de toxinas.

  • Retenção de líquidos: afeta a oxigenação do tecido e favorece a inflamação.

  • Estilo de vida: estresse, sono irregular e tabagismo também estão relacionados ao agravamento da celulite.

Como tratar a celulite?

A boa notícia é que a dermatologia avançou — e muito. Hoje, existem protocolos seguros, eficazes e com resultados reais. Abaixo, listamos os principais:

1. Subcisão

Técnica minimamente invasiva que consiste em soltar as traves fibrosas que puxam a pele. É realizada com uma agulha específica, rompendo essas fibras e permitindo que o tecido se reestruture.

“A subcisão é uma das minhas técnicas favoritas, especialmente para os casos em que a celulite forma depressões mais profundas. O resultado é natural, duradouro e melhora significativamente o relevo da pele.”
Dra. Luanna Bueno

 

2. Bioestimuladores de colágeno

Substâncias aplicadas na pele para estimular a produção natural de colágeno. O objetivo é deixar a pele mais firme e resistente, suavizando a aparência da celulite.

3. Radiofrequência

Aquecimento controlado das camadas mais profundas da pele, estimulando colágeno, melhorando a circulação e reduzindo a flacidez local.

4. Laser fracionado e tecnologias combinadas

Equipamentos de última geração, como o Fotona ou o Endymed 3Deep, que atuam em camadas profundas da pele e do tecido subcutâneo, promovendo uma melhora geral da textura e firmeza da região.

5. Drenagem linfática e massagem modeladora

Aliadas importantes para reduzir retenção de líquidos e melhorar a circulação. Não são tratamentos definitivos, mas podem complementar os resultados.

6. Cuidados em casa

Cosméticos com cafeína, retinol e outros ativos ajudam a manter a pele mais firme. Alimentação equilibrada, hidratação e exercícios também são aliados valiosos.

O tratamento ideal? Personalizado.

Não existe fórmula mágica. O tratamento mais eficaz depende do grau da celulite, do tipo de pele, da genética e dos seus objetivos. Por isso, o acompanhamento com uma dermatologista é fundamental.

Na clínica da Dra. Luanna Bueno, cada protocolo é desenhado de forma personalizada, pensando no que funciona melhor para você — com foco em segurança, resultados reais e autoestima.

Por fim, um lembrete importante:

A celulite pode estar ali, mas ela não te define. Você não é menos bonita por causa de um relevo na pele. E o tratamento — se você decidir por ele — deve ser uma escolha sua. Por você. E não pelos olhos dos outros.

A beleza começa quando a gente se sente bem na própria pele. E se, nesse momento, você sente que precisa de ajuda para isso — saiba que não está sozinha.